2 de março de 2012

Relato de Viagem - Cidade de Parati/RJ

Boa noite pessoal.

Gostaria de compartilhar com vocês um relato da viagem que fiz à cidade histórica de Parati/RJ.

Vocês devem lembrar que pedi umas dicas sobre o trecho aqui e acabei fazendo pelo mais simples e comum: Reunidas Paulista na linha São Paulo x Angra dos Reis. Comprei as passagens pela internet no site Netviagem (redirecionado do site da Reunidas). A compra foi simples e deu até para parcelar e 3x sem juros. Saímos eu e minha esposa da Rodoviária do Tiête as 08h00 da manhã de segunda. Graças a fatídica alteração na linha 10 da CPTM, demoramos 25min para ir do Brás à Luz, o que nos fez chegar em cima da hora (07h55) e protagonizar uma bela cena de correria pelas escadas do Tiête! rsrsrs

No trecho de ida, viajamos em um Irizar PB - MBB O-500RS, prefixo 165202:



Minhas impressões sobre o carro: o chassí MBB tem um excelente desempenho, com motor forte e bom desempenho. Também é bem estável e a suspensão absorve muito bem os trancos e imperfeições da pista. O ronco do Retarder nas descidas é show de bola! Já a carroceria me decepcionou um pouco, pelo menos no que diz respeito à poltrona. Eu sou magro mas tenho 1,80m. A poltrona me pareceu estreita (eu fiquei espremido quando reclinei e minha esposa não).

O carro tem 38 poltronas mas me parece menor, o que deu a sensação de poltronas mais próximas e mais baixas. Me sentia escorregando para frente toda vez que o ônibus freava e minha perna não encaixava bem nos descansa-pernas. Resumindo:não me encaixei bem naquela poltrona. Além disso, a tampa do AC estava solta e batia o tempo todo (eu estava quase indo lá tentar apertar). A carroceria é muito bonita e com linhas modernas. O interior tem um excelente acabamento e o layout bem harmonioso, com leds integrados que dão um certo charme.

O caminho: ainda bem que a linha não é tão pinga-pinga como algumas que eu tive o desprazer de andar (como a Mogi x Guarujá ainda na Expresso Brasileiro). Assim que saímos de São Paulo, pegamos a Dutra sentido São José dos Campos, onde há uma breve parada apenas para embarque. O carro saiu praticamente lotado, com algumas poucas poltronas livres que foram ocupadas no sub-trecho. Dormi boa parte do caminho até lá, mas ainda consegui ver a Rodo de SJC, que me pareceu bem organizada. Tinham muitos carros da Marron e Litorânea lá, e claro da Viação Jacareí. Rodoviários tinham poucos, e consegui registrar este G7 da Sampaio de relance.


Depois da passagem por São José dos Campos, nosso Reunidas seguiu pela Estrada dos Tamoios (SP-099) rumo à Caraguatatuba, onde encontraria a Rio-Santos (BR-101). No caminho voltei a dormir (ah eu fui dormir ás 02h00 e acordei ás 05h30 para chegar a tempo na Estação da Luz, estava com muito sono) por isso vi pouca coisa. Quando acordei já estávamos perto de Paraibuna, onde fizemos nossa primeira parada para o café.


Um restaurante bem simples, mas que nos permitiu tomar um café completo sem gastar muito. Neste momento que reparei a grande quantidade de gringos que havia no ônibus. Chuto aí um meio a meio de gringos e brasileiros. Na nossa frente mesmo havia um casal de rapazes ingleses que pareciam conhecer bem o caminho, tirando um monte de fotos com uma máquina profissional super hiper motherfucker! E nós acompanhamos com nossa Canonzinha S120 (e meu celular S1):


Após o café seguimos nossa viagem na bela porém sinuosa Tamoios. Não tinha trânsito mas diversas vezes o ônibus chegou a parar em pontos onde há trabalhos de manutenção da via. Não demorou muito para começar a aparecer as paisagens do litoral norte paulista vista lá do alto.


Chegamos então à Rio-Santos sem muitas novidades. A paisagem predominante é de muito verde e algumas cidades e vilarejos vão surgindo em seu trajeto. Caraguatatuba tem belas praias e o mesmo pode-se dizer de Ubatuba, cidade vizinha e ultima paulista do caminho. Depois de passar pelo "centro" de Ubatuba adentra-se em um trecho de serra bem sinuoso, repleto de subidas e descidas onde a mata chega a ficar densa.


A previsão de chegada em Parati era as 14h00. As 13h40 já estávamos desembarcando na rodoviária da cidade, que diga-se de passagem é pequena e meio bagunçada. Muita gente em volta! Com pouca sinalização, demoramos alguns minutos para nos achar. Mas logo apareceu um motoboy perguntando se procurávamos pousada. Como já tínhamos reservas, ele gentilmente apenas nos indicou o caminho da nossa pousada, o que já nos ajudou muito. Já dava pra sentir o calorzão fluminense e com minha mochila nas costas e a bolsa da minha querida esposa na mão, nem demorou para começar a derreter. Com a dica do motoca chegamos rapidinho a pousada, não sem antes fazer os primeiros clicks de ônibus da cidade, os quais eu já estava de olho.


Quem opera na cidade é a empresa Colitur, que além das poucas linhas municipais opera diversas linhas intermunicipais para diversos lugares da região como Trindade, Divisa com Ubatuba e Angra. Na frota predomina a dobradinha Comil/MBB, com os modelos Svelto Midi, Svelto e Versátile, com alguns poucos Mascarello Gran Via e Neobus Spectrum City, todos sobre OF-1418 ou OF-1722.


Além dos Svelto Midi acima, haviam também estes Sveltos que parecem ser bem novinhos. A pintura que tem um novo layout (muito bonito por sinal) estava um brinco, o que leva a crer que os carros são recém chegados pois os carros mais antigos da empresa rodam bem mais estão bem desgastados e surrados. Tinha um Gran Via com uma chapa de aço no lugar da última janela. A garagem da Colitur era bem perto da pousada e me pareceu uma empresa até que organizada.


Além da Colitur, é possível ver carros da EVAL a serviço de empreiteiras e construturas que atuam na região. Além da Reunidas que faz a ligação com São Paulo, há a Costa Verde que faz a ligação com Niterói e Rio de Janeiro. A São José faz a linha para Caraguatatuba, mas essa não merece nem comentários! Trash!



A descrição de nossos passeios por si só daria um relato, mas como o foco aqui são os ônibus, vou deixar apenas alguns registros que fiz e que ilustram bem esta belíssima cidade, que dispensa maiores comentários pois tem lindos pontos turísticos e natureza preservada, além de artes, história e cultura riquíssimas! Vale a pena conhece-la com bastante tempo para curtir de tudo um pouco. Recomendo fazer o passeio de barco pela Baía de Ilha Grande. É sensacional!




Enfim, depois de dois dias na cidade tivemos que retornar, com aquele gostinho de quero mais, desejando muito poder ficar pelo menos mais um dia. Mas como tudo estava programado, ficou para uma próxima oportunidade. Compramos as passagens para o carro que sai as 13h40 sentido São Paulo, que para minha surpresa quando apareceu veio com o letreiro de origem como Itaguaí/RJ (Achei que a linha era só até Angra). Era um Paradiso G6 1200 - O-500RS, prefixo 164811.


Minhas impressões sobre o carro: pelo menos neste eu me encaixei bem na poltrona. Tinha um bom espaço e a largura parecia mais adequada. A altura também me pareceu mais adequada e minhas pernas se encaixaram bem sobre o descanso, ficando bem apoiadas. Apesar de ser um carro um pouco mais antigo, é um G6 né! Carroceria bem ajustada e sem nada batendo, Ar Condicionado bem ajustado, interior agradável, e por ser umas das ultimas "versões", o carro estava impecável.


Só achei o desempenho do carro um pouco aquém, mas me pareceu ser mais o motorista do que o carro em si e não o modelo do chassís. Ele esticava muito as marchas nas subidas (o carro pedia marcha mas ele retardava muito a troca) e dava aquela sensação de que o carro estava "cansado". Além disso nos obstáculos o carro dava uns trancos quando freava.

Bom, seguimos então rumo a São Paulo exatamente pelo mesmo caminho feito na ida, passando por São José dos Campos para desembarque. Na Rio-Santos e Tamoios, tudo tranquilo. Tempo bom, pouco movimento. Fizemos duas paradas no caminho, em Ubatuba e Paraibuna novamente. Na volta havia ainda mais estrangeiros que na ida. Mais da metade dos passageiros eram "gringos" e havia um grupo grande de americanos que lotaram o ônibus. Aliás, em Parati vimos muitos estrangeiros: Americanos, Ingleses, Franceses, Espanhóis, Argentinos... A cidade é muito frequentada por turistas de aventura e mochileiros. É característico da cidade e isso movimenta bastante a economia.

Inclusive fotografei uma coisa bem curiosa, um trailer Iveco Francês, com placa da União Européia. Fiquei curioso de como o dono deste carro procedeu para entrar no país. Na lateral estava escrito "Tour du Monde":


E finalmente, precisamente as 19h20 (20min antes do previsto), desembarcamos na plataforma 86 da Rodoviária do Tiête:


Espero que gostem do relato. Desculpem se me alonguei um pouco, mas é que faz tempo que eu não fazia mais estes relatos de viagem e estava matando as saudades do Blog Busways. Talvez eu publique lá também para registro. Fiquem a vontade para comentar!

Abraços,

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Diego Vieira - 2011
Grande ABC/SP